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18 fevereiro 2009

Banco Mundial agiganta influência dos países em desenvolvimento

Por Emildo Sambo-Retirado na íntegra do Canal de Moçambique N.º 759 Maputo, Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009



A medida vai também “colocar a quota dos países em desenvolvimento em termos de direito de voto em 44%, o que tem por especial objectivo aumentar a voz dos países de baixo rendimento”. Ainda segundo o presidente do Grupo Banco Mundial, Rober Zoellick, “aumentar a voz do mundo em desenvolvimento é vital para se prestar uma ajuda eficaz e promover uma prosperidade e desenvolvimento partilhados no seio de uma realidade económica do Século XXI”. Rober B. Zoellick afirmou igualmente que adicionar um novo lugar para África, obter uma maioria dos países em desenvolvimento no Conselho, expandir as quotas dos países em desenvolvimento e estabelecer as bases para reformas adicionais representa uma mudança real, visto que o processo de reforma da sua instituição está no curso certo. Após essas declarações, Rober Zoellick lançou um apelo aos accionistas para que “tomem medidas agora relativamente às aprovações governamentais das alterações ao direito de voto e que continuem a envidar os seus melhores esforços com vista a reformas mais profundas e mais ambiciosas”. Segundo explanou aquele responsável do World Bank, estas reformas foram inicialmente acordadas nas Reuniões Anuais do Grupo Banco Mundial em Outubro de 2008, “o que representa uma antecipação da meta prevista para a Primavera de 2009”. Entretanto, com a aprovação dos Governadores, a emenda aos Estatutos do Banco destinada a aumentar os votos básicos, que beneficia os accionistas mais pequenos, “transita agora para os 185 países-membros, para aprovação final”. “Para poder entrar em vigor, a emenda tem de ser aprovada por 3/5 dos paísesmembros com 85% dos votos”. Num outro contexto, houve uma segunda medida, em que os accionistas concordaram que o Banco deveria empreender um programa de trabalho abrangente e intenso, “destinado a realinhar as detenções de acções do banco, no sentido de um direito de voto equitativo entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento”. De acordo com os accionistas um programa de trabalho daquele tipo iria também incluir reformas na organização afiliada e membro do Banco Mundial, a Corporação Financeira Internacional (IFC). Com o trabalho respeitante à segunda fase já em curso, considera-se que a participação de nacionais dos países em desenvolvimento nos quadros e administração do Banco Mundial desempenha um papel importante na reforma da voz, do direito a ter voz. Actualmente, cerca de dois terços dos funcionários do Banco e 42% dos gestores do Banco são de países em desenvolvimento. No entanto, refere-se que desde que Zoellick se tornou Presidente do Grupo Banco Mundial, “7 das suas 9 nomeações para cargos séniores são provenientes de países em
desenvolvimento”.

Nota reflexiva: desde quando ser ajudado é um direito para o ajudado e uma obrigação para quem ajuda? A não ser que haja culpado na fraqueza do outro!