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30 setembro 2010

O AGACHAR DE UM PATRIMÓNIO MUNDIAL

Crónica de: Gento Roque Chaleca Jr. em Bruxelas


Ilha de Moçambique:



A Ilha de Moçambique continua a não se aguentar, com a sua coluna vertebral sempre a curvar em direcção à sua queda de velhice. Tanto se diz mas não parece que haja algo concreto para adiar a morte natural da primeira capital do nosso País.



Pedro Nacuo in Jornal Notícias (12/09/2009)



Exceptuando a terra onde nascemos e da morte, todo o resto depende da nossa própria selectividade: do Homem! A Ilha de Moçambique é, para o autor desta linhas, a mais bela terra que existe no mundo.



Nenhum outro pedaço de terra possui tanta história por contar como a Ilha de



Moçambique. De facto, não há um pedaço de terra na Ilha de Moçambique que não tenha agarrado um pedaço de história.



É um retalho de terra em terras de Nampula que têm muito que ver: monumentos, história, lendas, paisagens, estátuas, pergaminhos, igrejas, mesquitas, enfim, a sua gente. Aquela gente de generosidade infinita, tanto sabe amar como defender os valores da liberdade.



Quando os linguístas procuravam o significado da palavra “hospitalidade”, a gente da Ilha de Moçambique já era hospitaleira.



Mesmo nos momentos mais picantes da sua história ̶ em que a liberdade foi colocada em causa pelos seus invasores, o povo da Ilha de Moçambique soube erguer no interior sua alma, o baluarte de defesa desses valores. Ali nasceu Moçambique! O mais curioso quanto interessante é o facto do epítome do nome “Ilha de Moçambique” possuir dois géneros misto: masculino e feminino, ou seja: Ilha e Moçambique, ou Muhipiti, daí concluir, com algum sarcasmo inofensivo, que foram as belas macuas ‘muthianas’ da Ilha de Moçambique que deram parto à vergôntea que é hoje Moçambique!



Por um lado ela marca o período da dominação colonial portuguesa; por outro devido a pendência política entre a Frelimo e a Renamo e, quiçá, a nata intelectual daquele povo, pouco ou nada tem sido feito para salvar a primeira capital do nosso país, que foi elevada pela UNESCO a Património Mundial em 1991. Os avanços desenfreados de reclames publicitários (luminosos e cartazes) com as cores amarelas, azuis, branca, etc., retiram-lhe a estética e a beleza de um património cultural único em toda a Humanidade. As autoridades municipal e administrativa local nada fazem para travar a onda da poluição sonora de motorizadas que “invadem” o som das águas do Índico.



Não há na Ilha de Moçambique uma única universidade pública ou privada. Um único instituto politécnico ou um laboratório científico. A ponte só não cai porque Deus é justo para com os que mais sofrem. Falta água, o saneamento é deficitário. As ruas estão calvas. Os buracos são uma verdadeira ratoeira humana. A usura consumiu parte dos edifícios. A ilha vai flutuando sobre um passado histórico glorioso e o presente sofrido. As obras são feitas em ‘banho-maria’, deixando nítido o amadorismo de quem tem por direito velar pelo património de todos nós.



Não se trata de nenhuma ‘cruzada’ contra o executivo de Felismino Tocoli



mas há questões, no entender do autor destas linhas, que devem merecer a atenção do governo provincial, por exemplo: como é que se explica que em pleno século XXI (o século da Globalização e das Novas Tecnologias de Informação e



Comunicação) a Ilha de Moçambique não tem um portal próprio acessível ao país e ao mundo? Porque será que nas estampas do correio não aparece nenhuma imagem do potencial turístico e cultural da ilha?



Poderá também explicar porquê é que a Ilha de Moçambique não está na rota do progresso turístico-cultural? Com excepção da página ‘Moçambique para Todos’ de Fernando Gil, o nome da Ilha de Moçambique caiu em letras mortas nas instituições do Estado que tratam de coisas de tecnologias de informação e comunicação.



O que é preciso é colocar gente séria e conhecedora de coisas de património à frente dos destinos da ilha. Nampula não se deve queixar da falta de sorte. A mãe natureza foi pródiga para com esta província. Países há em que os governos vivem de receitas do património cultural e artístico. Nampula não pode continuar a estar refém das suas potencialidades porque o comboio do progresso, dizia António Guterres, não pára.



Este texto não pode terminar sem deixar uma palavra de gratidão à gente da Ilha de Moçambique. Já dizia o historiador português José Hermano Saraiva que a grandeza de uma terra não reside apenas naquilo que se produz, mas também na generosidade do seu povo. De facto, a grandeza da Ilha de Moçambique não reside tão-somente naquilo que ela produz, mas também na infinita e salutar bondade do seu povo. Quero também deixar expressa uma palavra de homenagem ao Centro Multimédia Comunitária (CMC) da Ilha de Moçambique, na pessoa do seu coordenador Amade Ismael (um dos raros homens que nunca fechou os olhos aos males da ilha, como por exemplo o problema do fecalismo a céu aberto).



‘Kochicuro’(Obrigado).



gentoroquechaleca@hotmail.com



WAMPHULAFAX – 28.09.2010



NOTA:



Há mais de 15 anos que através do MACUA DE MOÇAMBIQUE e do MOÇAMBIQUE PARA TODOS, via internet, levo a nossa querida ilha e as suas gentes ao mundo. Grato pela lembrança e referência.



Fernando Gil



MACUA DE MOÇAMBIQUE



29 setembro 2010

Economia de Desenvolvimento

Os eleitos não pensam nas pessoas, mas apenas em números estatísticos, e não se preocupam em reduzir o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Os conselheiros dos governantes padecem se igual patologia. Para mal da humanidade, isso passa-se a nível ONU, FMI, OCDE, UE, etc. O Conselho de Segurança da ONU é constituído por países ricos ou que se comportam como tal, o mesmo acontecendo com os grupos dos 20 e dos 8. No Mundo não há representação dos 20 ou dos 8 países mais pobres, menos desenvolvidos. E, assim, a solução é sempre: os pobres que paguem a crise para que os ricos continuem a ser mais ricos.



Que esperar? Talvez um dia, todos esses desprotegidos e espoliados assumam o seu poder democrático, através do voto ou por outra forma, como recentemente aconteceu em Moçambique e façam valer a força do número de cabeças. Em Moçambique viram satisfeito o motivo da manifestação. Em Portugal a PSP, com uma simples ameaça de greve em data crítica, viram os seus problemas atendidos. Leia Mais, imagem la do miradouro.

Nota: POVO MOCAMBICANO EXEMPLO DE MATURIDADE EM ASSUINTOS POLITICOS HUMANITARIOS.










Falando verdade, Por que nao foi `a C. da Nacoes Unidas?


Nota refelexiva: Terminaram as medidas de Contencao?

22 setembro 2010

O AUTARCA

Leia o primeiro jornal electronico da cidade da Beira, aqui. Obrigado pela correspondencia V. Dias

20 setembro 2010

Livre expressao na ANC


Milhares de membros do ANC, partido sul africano no poder, iniciam esta segunda uma conferência política marcada por várias tensões que envolvem o Executivo

O Presidente Zuma deverá enfrentar críticas da Liga da Juventude do partido e de parceiros tradicionais do ANC, como os sindicatos.   aqui

Ja nao ha pobreza em africa?

A Campanha do Milénio da ONU diz que todos os países africanos alcançaram progressos na redução da pobreza extrema, ao longo dos últimos dez anos.

Nota: Precisariamos de mais dados para acreditar nisso, mas por que a ONU estaria preocupado em tirar a responsabilidade do nossp empobrecimento para o ocidente?

Mcel e Vodacom poderao chupar pela cumplicidade!

A Associação de Defesa do Consumidor de Moçambique (DECOM) poderá processar judicialmente as companhias mCel e Vodacom, da telefonia móvel celular, por terem procedido à suspensão, durante alguns dias, dos serviços de mensagem (sms), dias depois das manifestações de 1 e 2 de Setembro que se registaram nas cidades de Maputo e Matola.

Opiniao

Por Machado da Graça

Nesta altura em que se começa a falar do necessário emagrecimento do Estado para evitar um despesismo desnecessário lembrei-me de um artigo, que li recentemente, sobre o sistema moçambicano de assistência social.

Descobri nesse artigo que existe uma floresta de organizações estatais destinadas a proporcionar apoio social aos moçambicanos.

Vejamos:

. MMAS – Ministério da Mulher e Acção Social

- Direcção Nacional de Acção Social

- Direcção Nacional da Mulher

- Instituto Nacional de Acção Social (INAS)

- Programa de Subvenção Alimentar (PSA)

- Programas de Assistência Social

- Programa de Apoio Social Directo (PASD)

- Programa Benefício Social pelo Trabalho (BST)

. MT – Ministério do Trabalho

- Instituto Nacional de Segurança Social (INSS)

. Plano Nacional de Acção para Órfãos e Crianças Vulneráveis

. INGC – Instituto Nacional de Gestão de Calamidades

. SETSAN – Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional

- Grupo de Avaliação de Vulnerabilidade (GAV)

- Grupo de Aviso Prévio

- Grupo de Trabalho para o HIV/SIDA (SANHA)

. CNAM – Conselho Nacional para o Avanço da Mulher

E, muito provavelmente, não consegui fazer a lista completa.

Ora toda esta quantidade de direcções, programas, grupos de trabalho, conselhos e institutos parece ser uma gigantesca máquina burocrática que, mais do que fazer chegar a assistência social a quem dela necessita, acaba por consumir, no seu funcionamento, uma grande parte dos recursos disponíveis. O que sobra para os necessitados é nada ou quase nada. E isto sem tomarmos em conta os desvios e roubos a que esses recursos estão sujeitos, em alguns casos ao mais alto nível de tutela.

É verdade que esta imponente máquina burocrática acaba por ter o aspecto positivo de dar postos de trabalho a um sem número de funcionários, trazendo assim alguns benefícios à sociedade, mas não é essa a intenção de quem aloca os fundos. E essa intenção acaba por ser frustrada, pois, apesar de ter tanta gente a trabalhar para ela, a segurança social não funciona, ou funciona mal. Num trabalho recentemente publicado pelo IESE, o economista António Francisco refere-se a: imensos recursos financeiros que alimentam pesados e dispendiosos mecanismos burocráticos, com eficiência e eficácia duvidosas, do ponto de vista da sua contribuição para melhoria de vida das populações.

• mesmo autor afirma ainda que: Na prática, porém, as evidências disponíveis demonstram que os benefícios são ainda muito limitados e os beneficiários resumem-se a uma minoria da população moçambicana.

Em casos semelhantes a estes costuma-se falar da montanha que pariu um rato. E aqui temos uma montanha burocrática a parir, em muitos casos, pensões de 100 meticais por mês.

Sim, amigo leitor, estou a falar de 100 (cem) meticais para um período de 30 dias. Para beneficiários que, normalmente, têm família a seu cargo. Faça as contas e veja o que isso significa.

Mas temos dinheiro para esbanjar em coisas de que não necessitávamos para nada.

O novo Estádio Nacional é bonito? Pelo menos de fora, é. Mas precisávamos de gastar aquele dinheirão nesta fase da vida do país? Uma boa reabilitação do Estádio da Machava, muitíssimo mais barata do que a despesa agora feita, não seria mais do que suficiente para as actuais necessidades? E quanto vai custar a manutenção dessa nova infra-estrutura?

Quantas pensões decentes se não pagariam com os rios de dinheiro empatadas naquele elefante branco?

Somos pobres? Somos sim. Mas, pior do que isso, esbanjamos o pouco que temos em burocracia, obras faustosas e viagens inúteis.

O pouco que temos, melhor gerido, dava para curar muitas das nossas feridas sociais.

SAVANA – 17.09.2010

17 setembro 2010

Ao meu amigo Stuwart Sukuma

Caro amigo,

A aparencia conque se apresenta na Tv. recorde Mocambique da entender que esta bem de saude pelo que escuso-me de questionar essa parte ou entao deixo para algum laboratorio clinico se isso nos preocupa.

Sei que ficara preocupado com a minha parte exactamente pela minha incondicao de exposicao, mas fique discansado a forca de sei la quem ainda me poe em pe com aminha familia.

Esta carta nao vem aproposito da Tv onde substituiu o rei dos bifis nem da sua carreira (musico) como era de se esperar mas sim, de uma questao que num desses teus engracados (des)programas levantava e tentei enviar sms infelizmente tambem encravarao!...

A questao era:  POR QUE A UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE NAO ACEITA DEIXAR O TINBILEIRO ENSINAR OS ESTUDANTES NA QUELE ESTABELECIMENTO?

 Ele foi respondendo dizendo que eles acham que ele nao tem nivel academico aceitavel para o efeito mas ele ensina algumas pessoas na comunidade... etc... Mas esta nao 'e a questao. porem antes de mais deixa me perguntar tambem meu amigo:

Por que o amigo Sukuma acha que a deve deixar de servir acomunidade dele ir para a UEM?

Amigo, sei que ninguem sabe mais que ninguem se nao saberes diferentes, 'e tambem verdade que o asunto de educacao , estrucao, ensino aprendizagem toca a n'os todos.

No entanto, a ligacao entre as diferentes vertentes onde ocorre a educacao nao pode ou nao deve de forma alguma ser feita de forma totalmente tao aliatoria quanto a que tentou sugerir neste dia.

Veja que a esta ocorre em duas esferas: Informal e Formal, Enteda-se Formal aquela que ocorre dentro das instituicoes de ensino regidas pela lei 6/92 do SNE e a informal a quela aprovada pela pol'ica nacional de educacao.

Sei que posso ter complicado ainda mais o nosso entendimento aqui: ora, a informal ocorre dentro da comunidade, em casa, na igreja, na CFI, no INEFP etc portanto aqui o Machope, timbileiro pode trabalhar, ensinar os outros.

Mas no formal (escolas publicas e privadas) o assunto 'e outros amigo, deve se obedecer obrigatoriamente padroes metodologicas internacionalmente aceites, infelizmente no mundo inteiro ainda 'e assim e Mocambique 'e uma pequena aldeia deste.

Portanto, 'E isso meu amigo espero ter ido ao encotro da sua preocupacao, (in)felizmente 'e uma preocupacao legitima nao s'o do meu amigo, se for a ver at'e o bi-linguismo 'e uma medida tendente a valorizar esta ducacao de casa, da igreja, da comunidade 'e por isso que ao nivel do ensino primario esta conteplado estas mat'erias no curriculo local nao necessariamene como gostaria que fosse (o estrumentista ser docente universitario! coisa muito complexa esta stuwart).

sorry nao tenho sinais.
Pensa comigo



Conservemos bons ensinamentos

Ha 2064 anos

09 setembro 2010

Em Outros Estados...



Nota Reflexiva: Há quem propõe a investigação e responsabilização do senhor ministro do interior, considerando que, o seu discurso quando se dirigia ao povo mostrava claramente que a orientação foi de atirar para matar, se bem que para ele eram ¨bandidos, vándalos, marginais que manifestavam em cumprimento e uma agenda inconfessável...¨ Então, o governo estará feito com estes para responder posetivamente a eles?!! 

08 setembro 2010

Depois das Manifestações Populares

Comunicado do Conselho de Ministros do dia 7 de Setembro de 2010


REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

___________

SECRETARIADO DO CONSELHO DE MINISTROS

Aos Órgãos de Informação



No prosseguimento do trabalho que o Governo vem realizando, o Conselho de Ministros realizou, no dia 07 de Setembro de 2010, a sua 2.ª Sessão Extraordinária.

O Objectivo central do Governo é o combate a pobreza para melhorar as condições de vida do povo moçambicano em ambiente de paz, harmonia e tranquilidade.

Neste âmbito, no prosseguimento da sua agenda, o Governo continuará a promover o crescimento sócio-económico rápido, sustentável e abrangente, com incidência de acções na área de desenvolvimento rural, no combate a pobreza urbana, na provisão de serviços sociais básicos e infraestruturas, criação de oportunidades de emprego, bem como na criação de um ambiente favorável ao investimento privado e desenvolvimento do empresariado nacional.

Face à conjuntura internacional desfavorável, originada pelas crises de alimentos, de combustíveis e económico-financeira globais, que agravam as condições de pobreza no País, de cujo impactos se fazem sentir no tecido social e económico, em particular, nas famílias mais vulneráveis, o Governo tomou as seguintes medidas:



MEDIDAS DE IMPACTO IMEDIATO NOS PREÇOS



1. As medidas de impacto imediato incluem:

a) Retirar o aumento anunciado na tarifa de energia para os consumidores de escalão social dos consumos mensais até 100 kwh.

b) Reduzir o aumento anunciado da tarifa de energia dos consumidores do escalão doméstico cujo consumo mensal se situa entre 100 e 300 Kwh, de 13.4% para 7%.

c) Eliminar a dupla cobrança da taxa de lixo nas facturas de energia para os consumidores do sistema pré-pago (Credelec).

d) Continuar com a facilitação das novas ligações de energia para as famílias nas zonas periféricas das cidades, pagando a taxa promocional de 875 Mt e em prestações, sempre que for necessário.

e) Reduzir o valor da taxa de ligação domiciliária de água dos actuais 4 mil MT para 2 mil MT, com possibilidade de pagamento em prestações.

f) Manter inalterada a tarifa de água de 150 MT/ Mês para os consumidores até 5 metros cúbicos, equivalentes a 5 mil litros.

g) Manter o preço anterior do pão através da introdução de subsídio.

h) Manter as medidas fiscais em curso para a batata, tomate, cebola e ovos, nomeadamente, o estabelecimento de preços de referência abaixo dos reais para cobrança de direitos aduaneiros e IVA.

i) Baixar o preço do arroz (3ª. Qualidade) em 7.5%, diferindo os direitos aduaneiros sobre este produto.

j) Suspender temporáriamente a sobretaxa de importação do açúcar.

k) Congelar o aumento dos salários e subsídios dos dirigentes superiores do Estado até que o Governo conclua a avaliação em curso.

l) Congelar o aumento dos salários e subsídios dos membros dos Conselhos de Administração das Empresas Públicas e das empresas maioritariamente participadas pelo Estado, devendo os salários serem pagos em moeda nacional, até que o Governo conclua a avaliação em curso.

m) Negociar margens de comercialização para os produtos abrangidos por estas medidas

n) Promover o consumo do pão que adicione a farinha de mandioca com vista a baixar os custos de produção e o preço ao consumidor final .

2. As medidas de congelamento dos aumentos salariais indicadas tem em vista obter poupanças para posterior reorientação para o subsídios necessários. Outrossim, as medidas de carácter fiscal deverão ser assumidas como transitórias (até Dezembro de 2010), tendo em conta a sua insustentabilidade no médio e longo prazo, condicionada pela evolução da conjuntura internacional.

MEDIDAS DE ÂMBITO MACROECONÓMICO



Para garantir a sustentabilidade das medidas tomadas, o Governo decidiu, igualmente, acelerar a implementação das acções na esfera macroeconómica, nomeadamente:

a) Conter as despesas públicas tendo em vista a realização de poupança para posterior reorientação para o subsídio do custo dos produtos essenciais, através da racionalização da despesa corrente, em particular nas rubricas de:

· Passagens aérea (redução de viagens dentro e fora do pais e redefinição do direito do uso da classe executiva), ajudas de custo, combustíveis, lubrificantes e comunicações;



· A não libertação do cativo obrigatório da rubrica dos bens e serviços.



b) Não aprovação de reforços orçamentais, sem contrapartida.



c) Não criação de novas instituições que acarretem custos adicionais para o Orçamento do Estado.



d) Reforço de medidas tendentes a estabilização do Metical.

e) Disciplinar a actividade bancária intensificando as inspecções junto às instituições financeiras.

f) Reforçar o mecanismo de monitoria de entrada e saídas de divisas no País.

g) Reforçar a obrigatoriedade de fixação, facturação e pagamento das despesas em moeda nacional, o que também, concorre para a preservação e valorização do Metical.

h) Reforçar as acções inspectivas de colocação de preços dos produtos nos estabelecimentos comerciais.

i) Prosseguir com a implementação de medidas de apoio aos consumidores de energia de baixa renda, aplicando uma tarifa que represente cerca de metade da tarifa doméstica normal

j) Prosseguir com a intensificação do uso do quadrolec, facilitando a ligação de energia para beneficiar as famílias de baixa de renda, vivendo em casas não convencionais.

k) Privilegiar os consumidores de baixa de renda nas revisões da tarifa de água.

l) Manter e assegurar os subsídios aos transportes urbanos de passageiros.

m) Analisar a estrutura dos produtos importados para atender os rendimentos de diferentes camadas sociais.



Maputo, 07 de Setembro de 2010

06 setembro 2010

SÓ NÃO HÁ MANIFESTAÇÕES NAS DITADURAS


Passados quase trinta e seis anos da assinatura do misterioso “Acordo de Lusaka”, os direitos consagrados do povo moçambicano continuam a ser, infelizmente, hipotecados em prol de interesses obscuros de uma minoria elitista e empresarial dos auto-proclamados “libertadores da pátria”. E, para mais, tal como cantou o falecido músico beirense ‘Taz’ “à caça mandam o cão, mas é o gato quem come a carne. E como agradecimento recebe um pontapé no traseiro!”

A escassos dias do país celebrar o 36° aniversário do misterioso “Acordo de Lusaka” (que se assinala amanhã) que pôs fim à guerra travada pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) contra a dominação colonial portuguesa, acarrentando consigo o sonho de um Moçambique verdadeiramente democrático, eis que as populações das cidades de Maputo, Matola e Chimoio, respectivamente, sairam à rua para denunciar a “febre hemorrágica” da carestia de vida no país.
Com palavras de conforto e de solidariedade, cada um do jeito que pôde, o país inteiro e além fronteiras, aderiu à greve que teve início no dia 1° de Setembro na capital do país e na cidade satélite da Matola, lançando consigo um forte apelo ao Governo da Frelimo no sentido deste, piamente, desse provimento a diversos dísticos reivindicativos.
Não era muito o que se exigia - o que se exige - nada que um bom Governo democraticamente eleito não possa dar ao seu povo. O povo exige três coisas tão fáceis de memorizar, nomeadamente: (1) não a subida do preço do pão, (2) não a subida do preço dos transportes semi-colectivo de passageiros (vulgo ‘chapa 100’), e finalmente, (3) não a subida do preço da água e da energia.
A estes pedidos, o Governo da Frelimo respondeu aos manifestantes, sobretudo aqueles que se fizeram à rua, com balas verdadeiras, atingindo mortalmente ao que tudo indica 10 pobres almas, e mais de meio milhão de feridos (rápidas melhoras). Entre as vítimas mortais consta um número não especificado de “flores que nunca murcham” (crianças)!
Não está ainda provado, mas também não é preciso entender de balistica para concluir que o vilão chamado José Pacheco, ministro do interior ordenou que as forças policiais e de seguranças públicas por ele tuteladas atirassem à matar contra os manifestantes a quem, aliás, apodou de “bandidos, aventureiros e vandalos”. É preciso ser estéril e grosseiro da mais baixa categoria para apodar crianças de “bandidos, aventureiros e vandalos”. Espera-se que, no mínimo, a Assembleia da República mais concretamente a Comissão dos Direitos Humanos e de Legalidade mande chamar em juízo o ministro Pacheco para se explicar, uma vez que os nossos tribunais abdicaram desta responsabilidade. E porquê não forçar a demissão do ministro Pacheco junto do Presdiente da República? Espera-se também que esta mesma Comissão coloque em liberdade incondicional a todos os detidos em conexão com este caso (manifestações).
A expectativa em torno da reunião do Conselho de Ministros, logo após a aparente “erupção do vulcão das manifestações”, em Maputo e Matola, resultou num autêntico fracasso. Envergonhados e sem nenhum plano imediato para conter a “hemorragia popular” mandaram o vice-ministro da Justiça dizer que “o povo tem que trabalhar mais”. Não se preocupe senhor vice-ministro, porque o povo que lhe colocou no pódio viu o seu semblante e depressa compreendeu que o senhor estava entre “a espada e a parede”. Ingrata missão a sua de ser porta-voz da desgraça!
Pede-se agora austeridade ao povo! Seria interessante questionar ao senhor vice-ministro da Justiça se a ementa diária do pessoal do Governo será a mesma aquela que o Conselho de Ministros extraordinário propos ao povo? E se os ministros e vice-ministros também estariam em condições de comer ‘mandioca’, ‘batata-doce’, ‘matorotoro’, ‘tapioca’ e/ou tubérculos no lugar das deliciosas guloseimas importadas do estrangeiro? Era importante que ao se propor algo para o povo “consumir” o Governo fosse exemplar na ideia! Os monges agem assim, porque para eles, registe-se, o exemplo vem de cima.
A desorganização deste Governo leva a acreditar que é o próprio Governo quem anda em manifestações. O discurso do Presidente da República, Armando Guebuza foi tão evasivo quanto extenuado. E não se lhe pode levar a mal. Para quem tem um contacto intermitente com a realidade, só pode ver verde em pastos secos. Das alturas do céu onde lhe levam os 5 (cinco) helicópteros presidenciais (alugados), com certeza, boa visão da pobreza genuina do maravilhoso povo moçambicano não pode ter. E quando desce cá para baixo, no Moçambique real, é recebido pelos mesmos camaradas de sempre que lhe dizem, enganosamente, que a revolução verde está em curso. Tal só pode estar a acontecer em marcha-trás. Sinceramente não seria de estranhar se ouvisse um novo discurso do Governo pedindo que as populações usassem como umas medidas de austeridade na área de energia, ervas secas para iluminar as suas palhotas como acontecia (acontece) antigamente!
Passados quase trinta e seis anos da assinatura do misterioso “Acordo de Lusaka”, os direitos consagrados do povo moçambicano continuam a ser, infelizmente, hipotecados em prol de interesses obscuros de uma minoria elitista e empresarial dos auto-proclamados “libertadores da pátria”.
É caso para dizer que a luta pela independência nacional livrou-nos de um dorido cancro mas, ao mesmo tempo, deu-nos um tumor maligno, que por NADA autoriza o povo à grave, um direito que aliás jaz em letras douradas na Constituição da República.
Lá vem outra vez ‘Taz’ dizer que “o problema é do ‘cabrito grande’ que come sozinho, onde está amarrado. Os ‘cabritos grandes’ apoderaram-se de todo o pasto e não deixam também que os ‘cabritos pequenos’ saboreiem o capim terno, que na verdade pertence a todos nós.” E avisa: “não há nada nesta vida que não tenha um fim.”

Gento Roque Chaleca Jr.
(gentoroquechaleca@hotmail.com)

03 setembro 2010

O País está a arder sob o olhar arogânte das autoridades!

O diário de um sociólogo citando O  jornalista Francisco Carmona do semanário "Savana",que está em Chimoio: diz que "A situação está a agravar-se, polícia de trânsito foi equipada para reforçar Força de Intervenção Rápida e polícias normais. Pneus a arder na periferia da cidade. Cenário mau". "A tensão social já chegou a Chimoio e Cidade de Manica começou mesmo há poucos instantes. Todos serviços já fecharam e há muitos tiros na cidade."
Nota Reflexiva: ¨O governo diz que não há diálogo por que não há rosto ou interlocutores¨! a questão é: Com quem dialogaram quando queriam voto? o voto veio da Fábrica? 

Manifestações Populares poderão trazer muitos prejuizos ao Estado


AS manifestações que quarta-feira paralisaram quase que por completo as cidades de Maputo e Matola, continuando ontem, mas com menor intensidade, em alguns pontos localizados da periferia da capital do país e em alguns bairros do Município da Matola, saldaram-se em prejuízos que ascendem os 122 milhões de meticais, de acordo com estimativas do Governo, que contabiliza ainda, fora outros danos anunciados, a perda de 3910 postos de trabalho.
aqui imagem aqui

Nota Reflexiva: aquestão é o que o governo toma como medida para acalmar os populares? ou será este balanço por sí suficiente para acalmar os populares!

Lembram-se o que levou o pais a ficar 16 anos em chamas? é o comportamento deste tipo não previlegiar o diálogo, não sei o que se perde ialogando?