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12 julho 2010

Mitos, preconceitos e arogância do poder na Fuga de quadros em África e em Moçambique

Este artigo surge da necessidade de discutir ideias sobre este fenómeno relacionando com o que o Chefe do Estado chama de "problema das nossas cabeças".

Vejamos, se um africano não é contratado no seu país é porque tem falta de auto estima então prefere trabalhar para onde pagam lhe bem ou porque não tem qualidades para responder as necessidades do mercado! Nunca nos lembramos de razões políticas e pessoais dos contratantes.

Lembram se da última entrevista do Ministro da saúde? que veio ao público tentar tapar o sol com a peneira dizendo que os médicos fogem porque estam aprocura de melhores condições no privado, (in)felizmente não se lembrou de falar sobre os quadros que por terem se formado em Biologia, psicologia, gestão em uma universidade do país que preconceituosamente ele não acredita nas suas qualidades foi transferido os para outros ministérios! incrível! Qual é a oportunidade que ele deu para que estes provem suas capacidades de adaptação? para mim este senhor perdeu noção das coisas... onde já se viu?

Infezmente o mais alto Gestor dos serviços de saúde não tem a mínima noção de custo e despesa de formação de um médico e o nível de perda que o estado tem em caso de morte ou fuga do mesmo! é um mito pensar que a melhor administração da coisa pública é a feita de fora para dentro aocontrário deve ser de dentro para fora. portanto, o Ivo mostrou mais uma vez não ter noção da queda de resultados de tratamento nos serviços nacionais de saude porcausa do seu Taylorismo!

Senhor Ministro da Saúde,a Fuga de cérebros do continente africano tem custo superior a US$ 4 bilhões na contratação de profissionais anualmente 150 mil expatriados. Segundo o PNUD, "Etiópia perdeu 75 por cento da sua mão de obra entre 1980 e 1991", o que prejudica a capacidade desses países de se desenvolver. Nigéria, Quênia e Etiópia são consideradas ser as mais afetadas. No caso da Etiópia, o país produz muitas excelentes médicos, mas há mais médicos etíopes em Chicago do que na Etiópia. O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki afirmou, em 1998 em Renascimento Africano fala:

Segundo Kouvibidila, sociólogo e jornalista franco-congolês "É preciso criar condições para que os quadros africanos fiquem a trabalhar no continente. É preciso até fazer com que os que trabalham actualmente, quase gratuitamente, noutras regiões do mundo regressem à casa". portanto aqui fica mais que claro que o dinheiro não é o que alicia os quadros a migrarem ou a fugirem do pais ou das instutuições públicas. "Olhem para os Asiáticos. Eles enviam milhares de estudantes nos Estados Unidos, na Europa e criam ao mesmo tempo as condições para que regressem logo após os seus estudos findarem. Em África também, temos de criar estruturas adequadas para guardar os nossos pesquisadores e intelectuais. É uma implicação de desenvolvimento", idem.

Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)citado aqui estima que a fuga dos cérebros faz perder anualmente de milhares de dólares americanos ao continente africano.

Este fenómeno é mesmo responsável pela decadência do sistema educativo e de saúde em diversos país do continente, segundo a agência onusina. pelo que, não só para o Ministro Ivo Garrido mas para todos nós, vamos parar com o preconceito de que "quem é formado nesta ou naquela instituição é inferior que aquele", "o mito de que os recem formados estão cheios de lacunas" sem que antes lhes dê opurtunidade de demostrarem suas capacidades e habilidades. Por fim, não a arogância do executivo, desde o PR indo até os chefes de departamento porque este país só vai mudar com nossa união e espírito de irmanidade.

Pensa comigo