Luanda, 06 de Maio de 2011
Sua Excelência,
Dr. Jean Ping, Presidente,
União Africana
Addis-Abeba
Assunto: Conferencia Panafricana sobre o Futuro de Africa
Excelência,
O mundo está a viver momentos de grandes perturbações que não deixam nenhuma Nação indiferente.
Em Africa, assistimos, impotentes, aos dramas que se vive na Cote d’Ivoire e na Libya, no momento em que ainda carregamos o peso e as sequelas de guerras e de outros conflitos que assolaram Africa nos últimos 500 anos.
Mais recentemente, e no contexto de uma Africa já independente, conflitos armados em Angola, Moçambique, Libéria, Eritreia, Etiópia, Si erra Leoa, Ruanda, Burundi, Guiné-Bissau, Congo Brazzaville, RDC, etc.…fizeram milioes de vítimas africanas; privando assim Africa dos recursos vitais para o seu desenvolvimento.
Como por ironia, a Cote d’Ivoire e a Libya, são dois países que já registaram progressos significativos no processo de desenvolvimento do continente e da prosperidade de seus povos respectivos, e que estão a ser destruídos de forma sistemática e programada.
Apesar das experiências vividas com o nosso passado comum, hoje em dia, ninguém sabe donde virão os próximos conflitos e genocídios.
Africa não pode cruzar os braços e esperar o eclodir de outras crises para procurar soluções porque já reaprendemos que as soluções improvisadas em resposta a crises já instaladas não são eficientes.
É preciso antecipar a adopção de estratégias de sobrevivência e de prevenção de conflitos, e de um desenvolvimento desejado de Africa para Africanos e por Africanos.
A luz do acima exposto, urge organizar uma Conferencia Panafricana para debater os problemas ligados ao Futuro de Africa.
Trata-se de juntar os Representantes de Governos, Instituições Académicas e de Investigação Cientifica, as Autoridades Tradicionais, Personalidades de diversos domínios do conhecimento, e a Sociedade Civil incluindo a Diáspora; para debater os temas seguintes:
1. Africa de Ontem e de Hoje: Estado da Nação Africana depois de 500 anos de Africa oriunda da Conferencia de Berlim.
2. Os Grandes Desafios de Africa de Amanha
3. A Problemática de Defesa e Segurança de Africa
4. As Fronteiras africanas e a Livre Circulação de Bens e de Pessoas
5. O Quadro Legal e Institucional de Africa
6. A Cooperação Internacional e o desenvolvimento de Africa
7. Africa na Comunidade Internacional.
8. Os Mecanismos de Acompanhamento e Avaliação das Conclusões e Recomendações
9. A Constituição de um Grupo de Acompanhamento e Avaliação.
A luz dos acontecimentos actuais em Africa, e no momento em que o novo Embaixador dos EUA em Luanda na sua primeira declaração pública falou da visita do Presidente Barack Obama à Angola, e que uma delegação militar da Fragata US Robert G. Bradley acaba de visitar Angola de 29 a 31 de Março; não há melhores momentos e pais para organizar esta Conferencia.
De um lado, a Conferencia permitirá lançar uma mensagem muito forte fazendo lembrar os EUA e outros Parceiros, os Princípios de Respeito Mútuo, de Responsabilidade Mútua e de Interesses Mútuos.
Por outro, a Conferencia será a ocasião de reafirmar a vontade dos Africanos de assegurar o seu próprio destino num clima de Paz e de Solidariedade numa Comunidade Internacional atenta às aspirações mais profundas dos Africanos e de Africa.
Convencido que esta carta merecerá a sua atenção particular e que uma resposta favorável lhe será reservada, queira aceitar, Excelência, os protestos dos meus melhores sentimentos. Alta Consideração.
Dr. Oec. Ngingilu J. Daves
Nota Reflexiva: O conflito virá da exclusão, virá do facto de alguns africanos pensarem que só eles nasceram para governarem os outros, o conflito virá da limitação da liberdade de pensar, dizer e fazer o que está plasmado nas constituições que regulam as relações internas dos estados africanos. África não consegue prever conflitos porque o tempo para isso está alienado a acumulação de ilícita de riqueza e esquecem que podem perder em segundos! Capacidade de resposta à crises: a única via eficiente é a tomada pelo ex-presidente do Egípto (aceitar deixar o poder só). O futuro da África depende dos que o libertaram que pensam que os outros africanos são estrangeiros e que os distinos dela só eles podem traçar.
O primeiro passo seria: discutir os mecanismos de transmissão do poder político e económico em África, haverá ou não lugar para o outro em África? Serão os únicos capazes de liderar os distinos dos seus povos os Presidentes Roberto Mugabe, José Eduardo dos Santos e Outros? vejam bem, a RSA tem outros tipos de conflitos como Xenofobia Etnicidade etc... Porque os que antecederam o poder da ANC estalaram um sistema político democrático efectivo os outros devem ser ousados terem coragem de se desmamentarem do apego ao poder e dar espaço aos jovens só.
Prever conflito significa quando agente diz vamos ao diálogo assumir que podemos perder, teremos que seder, teremos que concordar, reduzir o máximo o número de descontentes no país mas para isso significa reduzir ou abdicar alguns benenses, não se achar diferente dos outros mesmo sendo sobre tudo quando se trata de benefícios, aceitar perder...