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19 fevereiro 2009

Despedimento de 80 trabalhadores : Mozal explica-se ao Governo

A FUNDIÇÃO de alumínio Mozal deverá apresentar esta semana ao Governo uma informação circunstanciada que fundamente a sua pretensão de despedir 80 trabalhadores do seu quadro, Maputo, Quinta-Feira, 19 de Fevereiro de 2009:: Notícias
alegando razões estruturais e de mercado. O exercício marcará o início de um processo de negociação e consulta envolvendo o órgão sindical e o empregador, durante o qual deverá ser discutida a relevância dos fundamentos evocados para o despedimento colectivo e analisada a possibilidade de se evitar ou reduzir o impacto negativo da medida, bem como as medidas necessárias para atenuar as suas consequências na vida dos trabalhadores afectados.Aprofunde aqui

8 comentários:

Reflectindo disse...

Amigo, isto é mesmo consequência da crise financeira mundial. O maior impacto da crise constitui na dificuldade de pôr o produto no mercado e acho que Mozal enfrenta precisamente essa dificuldade.

Acho que a crise parece não abalar directamente África devido aos baixos salários, mas ela está cá e deviamos reconhecer de formas que os trabalhadores entendam a razão da rescisão.

Unknown disse...

Reflectindo,as exportações de Moçambique estão concentradas no alumínio, portanto é de esperar que as receitas de exportação entrem em crise,é absolutamente obvio que Moçambique não tenha uma margem de manobra perante este cenário mundial primeiro pela natureza da nossa economia que é menos diversificada o que reduziria a vulnerábilidade; segundo, pelo nível de dependencia externa enque estamos mergulhados deixa nos numa situação de um copo cheio bastando apenas uma gota; Enfim, apobreza perpetuada pelo elevado nível de corrupção coloca nos numa situação também tangencial. Mas quem sabe! aforça divina pode estar a querer safar suas crias do inferno que é a Mozal... abraços

Ximbitane disse...

Chacate, esse espectro nao abala so os mozalenses, muitos ha que estao na mesma rota quer ou nao pelas mesmas razoes. Os mozalenses, apesar de que vao perder os seus postos de emprego, sao sortudos pois para alem do sindicato, tem a sombrinha do Governo e os outros?

Jorge Saiete disse...

Mano, esta estoria de crise já é uma realidade entre nós. o que peço aos senhores empresarios é que não caiam apenas na lógica mais simples do mercado. Que avaliem outras alternativa antes de pensar em reduzir a mão-de-obra.

no caso da Mozal podia se pensar numa estratégia em que todos suportam (trabalhadores e a empresa), como cortes em despesas não essenciais da empresa, para além de se pensar em reduzir em todo o staff alguma percentagem nos seus honorários e encaminhar esses recursos para áreas criticas. certamente que isso é dficil mas não é impossivel, o necessário é um diálogo aberto entre os trabalhadores e o patronato. Me parece que a gestão nos oferece muitas alternativas de flutuarmos sem sufocar a penas o trabalhador. abraço

Unknown disse...

Ximbita, acerca do sindicato, já postei arespeito aqui http://intelectualismoadministrati.blogspot.com/2008/08/onde-que-reside-conscicia-de-classe.html o propósito era mostrar a vantagem da segurança no emprego que o sindicato pode proporcionar mas que o trabalhador Moçambicano julga ser sindicalizado algo para operários apenas a maioria da classe média dos trabalhadores não aceita juntar se aos que pagam 1% de quotas sindicais e quando se trata de despedimentos colectivos ficam penduras (vale apena) pior é quando o despedimento é individual porque nessa altura nem tem dinheiro para pagar advogacia! BJS

Unknown disse...

Aló mano JS, bem, em relação a transferência ou não da crise financeira para social o Governo terá que tomar providências urgentes no sentido de não prejudicar o investimento privado só não sei com quanto em termos precentuais o governo entra na Mozal é daí que iamos tentar criar almofadas porque um país deve ser assegurado pelo investimento público mas com a dependência não sei oque nos resta sendo que os nossos doadores também estam de cabeça afundadas. é so esperar para ver mas as nossas instituições devem começar a ter dados quantitativos para análise das magnitudes da crise não esperar para fazer o balanço do impacto! abraços

Júlio Mutisse disse...

Escrevi um artigo que foi publicado na Newsletter da Sal & Caldeira Advogados e Consultores (vide aqui: http://www.salconsult.com/Publicacoes/Newsletter/2008/23_Janeiro_Fevereiro.pdf) e posteriormente no jornal o país com o título, despedimento colectivo, que é o que está a ocorrer na Mozal.

O Despedimento Colectivo é uma ferramenta legal de que as empresas podem fazer uso, por exemplo, em casos de (i) falta de recursos económicos e financeiros de que poderá resultar um excesso de postos de trabalho, (ii) introdução de novas tecnologias que pode obrigar à redução de pessoal e (iii) dificuldades
de colocação dos bens ou serviços no mercado ou casos de redução da actividade da empresa.

Portanto, amanhã com crise ou sem ela, a justificação para despedir MAIS pode ser outra. No caso me parece que, a crise mundial e a quebra produtiva dos principais compradores do alumínio (mercado automóvel e aviação) parece ser lógica mas, preparem-se que há várias razões pelas quais se pode tomar a decisão de despedir. O fim da crise não fecha a hipótese de redução da força de trabalho que tem várias lógicas.

Seja qual for o resultado do processo de consulta, o empregador decide sobre a melhor solução para a empresa. É claro que tal decisão terá em conta o acordo que porventura se tenha alcançado ou, não havendo acordo, segundo o seu próprio critério.Mais uma vez, é uma decisão soberana do empregador.

Meus caros, aplaudimos a economia de mercado mas não estamos preparados para as suas lógicas. Nem nós enquanto governados nem mesmo os próprios governantes.

É claro que não aplaudo a perca de empregos, mas temos que estar preparados para este montro que com as nossas palmas criamos, e para vários recomeços. O Governo tem o seu papel como diz o Chacate acima, através do investimento público mas, num país como o nosso, dependente até para a "depilação das partes íntimas" é melhor contar com a própria cabeça, IR A LUTA, adestrar-se, melhorar, ser o melhor de entre os melhores, para que se a sombra do desemprego se te abater, ir a correr para outro lado.

Unknown disse...

Mutisse, muitos analistas pelomenos moçambicanos tem vindo a chamar atenção ao governo no sentido de se precaver para não ser refém do investimento estrangeiro e privado. aqui a pergunta seria como? se estamos preocupados com a resposta, então seria, participar nos grandes projectos com meios que lhe garantem mediação ou regulação do mercado pelo memos no contexto nacional! porque no caso vertente o governo nem o Sindicato não tem como mostrar que a estratégia é uma via para o abismo social!essa de os lucros terem sido reportados a cima de 500 milhoes de dólares não é nada Taipo porque quem conhece os risco e o peso dos custos e despesas é o investidor. por isso, JM tem razão.