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12 novembro 2009

DEMOCRACIA E AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA EM MOÇAMBIQUE Um binómio indispensável: “Lógica – objectividade” na nossa inferência

A reflexão é o maior de todos os dons e a sabedoria consiste em dizer a verdade e em agir dando ouvido à natureza” (Heráclito de Efeso, séc. Vi-V a.C.).

Diante desta sábia ideia do pensador da antiguidade, só nos resta louvar a iniciativa dos estudantes do curso de Planificação, Administração e Gestão de Educação (PAGE) e da Universidade Pedagógica em geral. E pelo esforço empreendido para que o 2º ciclo de Palestras do ano em curso, fosse um sucesso como temos vindo a vivênciar.

Ao colocarmos este binómio de baixo deste grande tema, tão actual quanto clássico, pretendemos dar continuidade do debate tido no dia 04 de Novembro de 2009, no anfiteatro da Faculdade de medicina da Universidade Eduardo Mondlane. Onde sob apresentação do conceptuado Filósofo moçambicano, Professor Castiano, o Magnífico Reitor da UP, Professor Rogério Utui, foi o orador em volta do grande tema “DEMOCRACIA E AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA EM MOÇAMBIQUE”.

Ora, o orador, antes emcaminhou agradecimentos aos presentes e aos organizadores, em seguida, avançou para o reconhecimento da magnitude do tema e que talvez ele não fosse a pessoa indicada, primeiro, pela sua posição (de Reitor); segundo, pelas limitações académicas intelectuais, sendo que a primeira razão poderia enventualmente entrar em choque com os princípios de isenção e imparcialidade na actividade académica, “que aliás, passam pela autonomia institucional” (grifo nosso).
Utui trouxe o historial da universidade moçambicana, contextualizou a aos fenómenos sociopolíticos de Moçambique.

Já no desenvolvimento, levou nos à cronologia e a idade da Universidade moçambicana, idade de Moçambique como República/Estado e a da democracia no nosso País, que tinham 47, 35 e 15 “aninhos” de idade respectivamente.

Daqui, partimos na companhia do orador para encontrar as motivações (que o Orador considera de obvias) que nos levaram a enveredarmos pelo sistema social do Karl Marx, Fridrich Hengels, Vladmir Lenini e Mão Tsé Tung.

Segundo o Orador, “a FRENLIMO viu se obrigado a optar pelo regime socialista porque durante a luta armada o inimigo identificado era aliado da NATO (Alguns países membros da NATO: Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Portugal, Áustria e Grécia)

Portanto, só poderia optar pelo regime do Pacto de Varsóvia : URSS, Cuba, China, Coréia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Iugoslávia, Albânia, Tchecoslováquia e Polônia., pelo que, os inimigos dos primeiros já no contexto da Gerra Fria .
Um Binómio indispensável
Lógica-Ha indivíduos que confundem a lógica com a verdade, os filósofos consideram na “como ciência das inferências o caminho inevitável se quizermos evitar os paralogismos nas nossas reflexões”. Portanto, indica quais são as regras que devemos seguir se quisermos raciocinar “bem”.
Por outro lado temos a Objectividade-“Carácter daquilo que existe independentemente do espírito humano (...) o mundo é inteligível é objectivo e é contário ao mundo sensível” Platão cit. CLEMENT, E. Et. al., 1994:279).

Neste caso vertente é lógico que a libertação nacional é fruto de uma luta desencadeada pela FRELIMO, contra o colonialismo português, se quizermos justificar a nossa opção (socialismo) como o orador o faz é lógico que deveriamos começar da própria criação da FRELIMO. Porque o apoio da URSS membro do Pacto de Varsóvia não é o Primeiro, para justificar nossas escolhas! Houve quem nos apoiou de forma mister na união dos movimentos nacionalistas (Tanzânia e seu lider Nyerere) mas mesmo assim não optamos pelo regime em vigor no nosso vizinho! Portanto, para além de não ser verdade, a justificar-se pelo facto de até hoje a China (País membro do Pacto) ser a nossa preferências no que tange às relações económicas Internacionais (com a justificação de não haver imposições).

O mais iportante ainda na oração do Professor Rogério Utui, é o dado novo que nos troxe na História de Moçambique, não obstante reconhecer que de história não entende nada! (contra factos não há argumentos Professor) “Eduaro Mondlane foi convidado a fazer parte do processo de fundação da FRELIMO” que contraversão! “Eduardo Mondlane é arquitecto da Unidade Nacional” as novidades devem ser objectivas Professor.

Utui reconhece a interferência política na Universidade Moçambicana, citou exemplos do encerramento da Faculdade de Direito, caso UFICS etc... mas é céptico quanto à existência da autonomia (em algum momento confudiu autonomia com anarquia universiária) não só troxe um exemplo negativo do behavior das universidades para mostrar que não existe isenção na actividade académica apenas uma auténtica utopia... acreditem se quizerem fiquei psicologicamente dismaiado, porque durante 4 anos na Universidades ensinaram algo utópico! Segundo, o chefe de Estado Armando Emílio Guebuza fala-nos de substituição do discurso segundo o qual, a nossa pobreza é razão da colonização nós temos que assumir nossos erros. Quando há uma tentativa de justificar a pobreza da nossa Democracia pela sua idade não estaremos a admitir que os erros dos outros não servem para nossas experiências? Que no lugar de correr como nos sugere o Pai da Nação, vamos andar, o tempo é que determina o nosso desenvolvimento não o intelecto e a acção. Onde está a objectividade nas nossas reflexões?

Afixemos isto: -Ainda não há resposta sobre o por que da nossa opção pelo socialismo;-Não há relação de causa e efeito no apoio dado pela URSS e a nossa opção porque antes dos Soviéticos houve apoios que não tiveram mesma resposta! A democracia e autonomia Universitária é possível do ponto de vista praxis e além do estatuido sim. Não queremos ser taxativamente como os Gregos somente na quilo que é positivo. Mondlane até prova em contrário, é o arquitecto da unidade nacional, fundador da FRELIMO não é nenhum convidado!...

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