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07 janeiro 2010

HÁ ESPÍRITO CRÍTICO NA BASE

Ha dias andei em Manjacaze, pela ocasião das festas do natal e infelizmente também pelo falecimento do meu irmão mais velho, Sérgio Alfredo Chacate (Deus o tenha), deste meU vai e vem à Machecahomo (aldeia que me viu a nascer), como já me referí, o falecimento do meu irmão fez juntar muita gente desta comunidade e ou posto administrativo ( sim! Veja ue outras pessoas vinham das Lanranjeiras (vovo Chivanda), Chibulho (vovo Muhey); Karhateca (toda a família Mondlane lá residente), Mussengui (tia Matílde e seus filhos), Chikhogolo, Ngoiocoio; da vila, Pinda A e B, Maússe, Macasselane etc..

Como deveis saber caro leitor, na minha terra quando há falecimento as pessoas ao anoitecer, ficam a volta da fogueira e por fim dormem aí mesmo de baixo de um cajueiro, mafureiras ou uma outra arvor que serve de alpendre.

E eu que fiquei todo ancioso para escutar as conversas de toda uma time de velhotes que estavam aí! Também dispencei o quarto de um tipo três que o ex-mineiro das minas da RSA do meu pai construiu e foi me albergando até hoje que já estou dando tecto para os outros, só para escutar e provocar os saberes aí acumulados.

Há muito aí bebido, no entanto o espírito crítico da vida política, económica e social residente nos velhos é que me imprecionou. Falava-se do regulado, governação através dos postos administrativos até ao governo distrital. Então no meio de toda conversa uma das velhas (deve ser as esposa do velho Fernando Mondlane, Xihangalassa, Régulo na era do colono) disse, - Passaram pela minha casa, acobrarem o dinheiro de fundo, ora castanha de fundo, só que este ano ném se deram na massada porque estam aver que não nada de castanha para nos tirarem, AFRELIMO foi fundada pelo Chivambo e troxe-nos a independência nacional mas a Energia elétrica saltou aqui e foi começar de Macuacua e veio até Chalala no posto porque é lá onde se localiza a casa do ex-presidente do conselho municipal do município de Manjacaze.
Lógo a outra interveio, - já há rede eléctrica em Maússe, uma outra, deve ser a mãe do Konssane disse – se o Timótio Valente Fuele o empresário e empreendedor de sucesso do distrito de Manjacaze decidiu reconstruir a casa do seu falecido pai.

Logo me ocorreu que afinal a espansão da rede electrica antes tem interesses políticos e económico, depois sociais! Por que não o contrario?

Voltando ao nosso diálogo; a velha Mariamo disse – eu uma vez disse-lhes, vocês andam a dizer que hilava male ya fundo, hilava male ya fundo, hilava male ye fundo, queremos dinheiro das quotas, queremos dinheiro das quotas, queremos queremos dinheiro das quotas! Hinda mungay muya gwela hava muva nyikaku male ya INAS? Porque é que não vão dizer aqueles que lhes dão dinheiro do INAS? No meio da conversa eles em algum momento deixavam claro que algumas atitudes dos nosso governantes e dirigentes superiores lhes pareciam da oposição que não querem nada com Manjacaze (mesmo sem culpa por lá ter nascido granda gente), dizem que a EDM anda atras do Fuele e deixa de resolver problemas sociais mesmo ela sendo empresa para todos os Moçambicanos! A estrada que liga este distrito do resto do país é um beco sem saida! Aqui, os velhotes mostravam cara de preocupação ao ponto de dizer que parece que estamos a votar no adversário.

Obrigado pela liberdade de expressão que o povo moçambicano nos concede.

Um comentário:

Unknown disse...

Uma linda historia com possibilidade real so nmao percebi o objectivo da libertacao da mesma e tambem acompanhei muitos nomes citados de personagens com uma idade merecedora de respeito e carinho so nao sei se os mesmos tiveram acesso desta obra ou tiveram concentimento da publicacao desta informacao...