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28 maio 2010

Caso Quisse Mavota

Vimos que o silêncio é um acto de autoexclusão. A nossa reflexão vem acompanhar a do Sociólogo colaborador do Jornal Notícias, cujo objectivo é denunciar sobre o perigo de promoção de charlatões no país. Mais, Elísio Macamo identifica culpados dentre eles o Ministério da Administração Estatal que nos finais dos anos noventa reabilitou a chamada autoridade tradicional, segundo, os Jornalistas de formação duvidosa que dão demasiado tempo a consulta de charlatões como os chamados “médicos tradicionais”; sem se descuidar de endereçar a sua preocupação pelos ciêntístas sociais que dão benefício da dúvida à possíveis forças espirituais para o fenómeno Quisse Mavota. Elísio Macamo nega a existência da palavra População em ciências sociais!

Portanto, para melhor acompanhamento vamos nos recorer ao Livi-Bacci (1993)., para quem população é "um conjunto de indivíduos, constituído de forma estável, ligado por vínculos de reprodução e identificado por características territoriais, políticas, jurídicas, étnicas e religiosa(...) implica considerar-se a estrutura sexual e etária. As subpopulações feminina e masculina têm funções biológicas e sociais diferentes, assim como o potencial da população varia consoante o peso das idades que a caracterizam(...)”

Agora, As ciências sociais ou humanas são as disciplinas que tratam dos aspectos do Homem como indivíduo e como ser social, tais como a antropologia, história, sociologia, ciência política, lingüística, pedagogia, economia, geografia, demografia direito, arqueologia, filosofia, teologia, psicologia entre outros. Para quem passou por liceu poderá ter as mesmas dúvidas que as minhas, de que trata a demografia? Há que define apenas como ciência da população! Portanto julgamos que subversão aqui não foi muito útil como talvés se esperava.

Dar aso aos charlatões, não vimo o acto do Ministério de Administração Estatal como tal, e “a chamada autoridade tradicional” “mesmo depois da independência continua a realizar seu papel na sociedade e foi um estrumento de reconciliação entre os Moçambicanos depois da guerra dos 16 anos não” (Luís Cabaço 2010). Mais uma razão para sublimar o valor das autoridades tradicionais!


Uma busca rápida na enciclopédia livre troxe-nos o seguinte resultado: Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo metabiológico criado pelo Homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. Portanto, o mecanismo de interpretação de certos fenómenos que afectam “os grupos distintos”, as crenças são uma forma cultural e racional.

Porém, o papel da ciência não é ocultar muito menos censurar sei lá com que objectivo? Mas sim, trazer à luz os fenómenos afectam os ditos grupos. Mais ainda as ciências sociais sobretudo a sociologia e os sociólogos fazem eco contra ao chamam de exclusão social, evocando a participação de todos. nos acordos de Roma estavam lá as religões em nome da sociedade civil, onde enquadramos os membros da AMETRAME nesta coisa “chamada sociedade civil” (reparamos a repitição), por que “os chamados médicos tradicionais” não tem direito a opinião se os cristão, Mahomentanos, induistas et ceter tem? Por que os sociólogos e outros ciêntistas sensatos devem colocar fora de hipótese as opiniões das diferentes crenças, o MISAU não deu nenhuma resposta a este fenómeno o que eu ouví e ví são apenas comentários da observação feita não resultados experimentais! Estabelecí contacto com um dos elementos da delegação do MISAU que foi minha Professora de Psicologia no 2º ano, e disse ma que deduzia ser efeitos emoncionais... mas nada acabada. Pelo que julgamos perigoso alguns pronunciamentos sobretudo vindo de um sociólogo de renome na praça. No sentido de que pode tirar direito à opinião a certos seguimentos da sociedade. Não disse que o fenómeno Quisse Mavota se explica pelos pronunciamentos deste ou daquele, só pensamos que todos temos direito à opinião e de participar na sociedade.

10 comentários:

Reflectindo disse...

Mano Chacate,

Eu concordo 100% com Macamo. Deixemos as teorias como Macamo as deixou para fazermos o assunto acessível a muitos mocambicanos.

Quando alguém fala da populacão local, neste caso Zimpeto, até nada tem a ver com a definicão "populacão" em ciências exactas ou naturais. Nessas ciências esse termo é abrangente. O termo populacão local em Zimpeto foi utilizado para fazer crer que todos e menos ninguém crêem em espíritos pelos desmaios. Lá ninguém tem dúvidas sobre essa crenca;

O termo "é a nossa cultura" banaliza a cultura africana;

O nosso Estado é laico, logo acho que ele nao tem intervir sobre presenca de religiosos e muito menos curandeiros nas instituicões públicas. Somos livres em nossas crencas, mas a prática é nas nossas casas e nunca temos que aceitar em instituicões públicas.

Tenho ainda me questionado sobre:

Se em toda área onde foi construida a cidade de Lourenco Marques não havia algum cemitério. Se havia, porque não há desmaios do prédio? Será porque foram construidos por brancos?

Unknown disse...

Muito obrigado meu irmão Reflectindo, por passar e deixar sua ideia neste sitio que criei para todos nós.

É um acto de coragem abordar estes assuntos porque muitos preferem se esconderem sobre um civismo demagogo que não ajuda em nada na modernização do nosso "obiscurantismo"! Será ignorando que seremos ou a nossa cultura será sublimada?

Sabe, Reflectinto, há zonas do nosso Moçambique onde o colono para fazer passar um caminho de ferro era necessário uma cerimónia tradicional e o negro era obrigado a faze-lo?

"O nosso estado é laico". ninguém disse o contrário, pra já nos admira a presença do Dóm sei lá quém no conselho do estado, se é que laicidade é ausência implacável destes seguimentos da sociedade nas instituições públicas!?

Eu mano, estou farto de cienticismo exclusivista e demagógica sobre tudo quando a coisa é aproveitar transparecer selvagismo do africano! Os sociólogos e tantos outros cientistas assumiram cerimónias tradicionais quando era para purificar os desmobilizados de guerra e trazer a reconciliação entre os beligerantes da guerra dos 16 anos, ninguém apareceu com laicismo ném estórias de "obiscurantismo"!

Concordo que as entrevistas dos jornalistas podem não ser representativos ao ponto de abranger toda comunidade. porém, julgo alguns pontos de vistas demagógicas, lembro-me que algumas pessoas ficam com ráiva quando Guebuza participa em cerimónias tradicionais mas o mesmo não acontece quando vai à mesquita ou uma catedral criatã! por que isso é civismo?!...

E depois Elísio Macamo tem dado muitas opiniões que não encontram assento do ponto de vista práxis, apenas capta o favor das maiorias em termos de opinião, é preciso saber o acompanhar. Lembra-se, é ele que sempre argumentou sobre ausência de corrupção no país! é ele que chamou o Daviz Simango de sínico e suicida político por não conhecer nenhúm exemplo no mundo de um independente que triunfou, e tantos exemplos. Sem querer tirar mérito, só acho perigoso concordar com ele porque pode mudar!...

Repito, não sejamos dógmas é bom verificarmos sem preconceitos até quando estas crenças de "alguns" africanos tem sua razão de ser.

Reflectindo disse...

Vamos a ver se consigo me explicar:

1. Nem sempre concordo com Elísio Macamo, mas quando concordo com ele e com qualquer pessoa, não tenho dificuldades de manifestar.

2. Estou concordando com ele na análise dos termos que se usam: "populacão local", "nossa cultura", "a nossa tradicão", etc e a rejeicão ao questionamento.

3. Preocupa-me o facto de as pessoas (sobretudo os letrados) não quererem questionar em nada, mesmo no mais simples. Por exemplo, quando não se questiona sobre as garrafinhas sobre se são espíritos zangados que as enterraram, onde e quando elas foram fabricadas, fico estupefacto.

4. Veja, que até os arquiólogos teriam vantagem se pudessem descobrir desde quando as garrafas estavam lá no fundo da terra.

5. Crenca em espirítos não é caso particular dos africanos. Há muito muito tempo também era duma forma geral mesmo no mundo desenvolvido.

6. Nenhuma crenca está imbuida de apenas de desvantagens. Em muitos casos a crenca funciona como um tratamento psicológico. Por exemplo o tratamento dos desmobilizados. Mas também, podemos concordar que crenca pode ser fatal tanto para o indivíduo particular como para uma sociedade inteira. Por exemplo, se acharmos que a nossa pobreza se deve à ira dos espíritos dos nossos antepassados, faremos menos para acabarmos com ela.

7. Eu continuo a advogar que crenca tem que ficar como uma questão individual e parte das liberdades do cidadão e que nunca se deve institucionalizar. Institucionalizacão de crencas é incompatível às novas sociedades. Por ex. países católicos estão deixando de os ser.

8. Sendo assim, o Estado nunca devia ser cobrado para as cerimónias de Quisse Mavota. Os com essa iniciativa porque não as financiam? Questiono.

Por enquanto termino aqui por causa de falta de tempo.

Chacate Joaquim disse...

Caro Reflectindo, devo confessar que quando os textos são da sua autoria não resisto a le-los pelo nível de clareza.

Ora,"2. Estou concordando com ele na análise dos termos que se usam: "populacão local", "nossa cultura", "a nossa tradicão", etc e a rejeicão ao questionamento."


A minha preocupação como já me referí está não na representatividade das amostras porque isso, os estatísticos podem nos dizer qual é a margem de erro aceitável.

Reflectindo, a cultura moçambicana não é institucionalizar as crenças concordo. Porém, as crenças estam lá (na cultura) queiramos ou não e fazer cerimónias de evocação de espíritos onde entram os ditos "Charlatões" (o que nós sabemos tal como nas outras religões, aqui também há gente do bem) é tradição.

Por que o Estado promove campanhas de sensibilização das comunidades para levarem os filhos à escola? a Quisse Mavota corria o risco de ser abandonada! Aí podemos prever qual seria o custo maior! se o problema é o finaciamento...

Uma outra questão, que para mim é absurdo, é que todas as práticas ocidentais são de civismo e modernidade! qualquer coisa que acontece em áfrica não é estudado apenas procura-se formas de iglorar e entiquetar como algo selvático.

Elísio Macamo está zangado (infelizmente) com o facto de os letrado terem incluido nas suas hipóteses opiniões dos Curandeiros, as entrevistas aos membros da AMETRAMO e a legalização das autoridades tradicionais pelo Ministérios da administração Estaal.

A gerra académica entre ele e os outros cientistas sociais particularmente com o C.Serra ninguém ignora mas também é singular.

Achamos hipocresia manipular os conceitos para tirar legitimidade das decisões das nossas instituições, é também demagógico propor exclusão de certos seguimentos da sociedade apenas para agradar sociólogos que dizem e desdizem!...

ESTE PAÍS NÃO ANDA POR OPINIÃO DE UMA ÚNICA PESSOA... "Jornalistas de formção duvidosa", cientistas sociais precipitados são estes que corajosamente estão aqui na terra a fazerem "mediocrimente" mas a fazerem o país andar.

Não há nenhuma acção Humana sem consequências.

Enfim, o Estado não deve financiar crenças, como acomunidade não é obrigada a frequentar escolas que sobre seus olhares há desmaios em massa.

Dóm sei lá quem está no conselho de estado, o sociólogo sempre certo nunca questionou este facto, como não questionou aquando da sua participação nos acordos gerais de paz! por que os curandeiros não podem opinar no país? só ele tem direito? isto é que nos preocupa...

Chacate Joaquim disse...

Reflectindo, convido lhe a ler a série nº 13 " Os desmaios femininos na Quisse Mavota" do Professor Carlos Serra aqui http://oficinadesociologia.blogspot.com/2010/06/os-desmaios-femininos-na-quisse-mavota.html#links talvz assim compriende que não vamos cair nas malhas de opiniões meramente moralistas e normativas de "sociólogos bem formados" e mais distantes dos fenómenos em causa.

Reflectindo disse...

Caro Chacate

Obrigado pelo convite, porém, posso dizer-te que já li o que ele escreveu. Concordo com ele em parte, e eu já tenho dito que o problema não é de crença que existe em todo o ser humano. O problema não é também das cerimónias que até são feitas por seres irracionais.
Mas não concordo que o Estado tenha que financiar a tais cerimónias. O mesmo diria se fosse para financiar uma missa seja lá de que religião fosse.
Também, acho que não haja confusão quanto ao termo cultura africana. Valeu pena o que Severino Ngoenha disse recentemente. Não há cultura africana única, mas sim culturas africanas, e, como também não existe uma cultura moçambicana única, mas culturas moçambicanas...

E quanto aos espirítos também tenho dito que não é algo que existe e existiu apenas em África Negra como muitos querem dizer. Há anos li sobre o fenómeno "Madjine" no Norte de Marrocos, e vi como era parecido com o que acontece no Norte de Mocambique, sobretudo na zona litoral.

Enfim tenho, muito a questionar-me sobre estes fenómenos.
Ainda ninguém me falou das garrafinhas (espíritos ou feitiçaria?). Ainda ninguém me falou se os espíritos negros são maus para os negros e em especial para negras (do sexo feminino), mas tolerantes aos brancos. São também colonizáveis? Veja, meu irmão, o fenómeno "madjine" ou "djine" é mais com mulheres. Porquê? Também, questiono do porquê financiar-se uma crença e não outras que muitas vezes são reprimidas? Agarrar chuva não é uma crença? disseminar cólera não é uma crença? Neste aspecto, Carlos Serra é consequente, mas os que financiaram Quisse Mavota e outros agora em silêncio não são nem tão pouco. Eles mandam a FIR para quem crê que a chuva se agarra.

Nota:
Tenho experiências pessoais que me fazem lembrar as garrafinhas de Quisse Mavota.
1. Há anos, meus primos iam linchando a minha mãe, acusando-a de feiticeira que havia feitiço enterrado na minha casa onde a minha mãe mora. A minha prima veio tipo agitada como aquelas meninas. São meus primos/irmãos que viveram, cresceram na minha casa. Só que eu fui obrigado a tomar-lhes atenção com vigor.
2. A minha mãe que foi acusada falsamente de feiticeira, acredita que se eu for para a zona (campo) onde ela me fez, lá onde eu cresci, irão me matar.

3. Uma vez, depois de alguns anos sem eu comer matapa com amendoim, o meu corpo reagiu violentamente: comichão e inflamação na garganta. Corri logo a uma farmácia e deram-me anti-alérgico. Imagine como muitos pensam sobre alergia.

Chacate Joaquim disse...

É por isso que gosto de lhe acompanhar Reflectindo, é melhor que alguns pofissionais de educação.

De facto toda a crença tem o seu lado mau, mas não é isso que vai nos proibir de estuda-la.

Explicação sobre as garrafinhas ném comigo terás, como ao nível da ciência há muitas perguntas que ainda ficam por serem colocadas...

Talvez o seminário da CEA poderá trazer mais subsídios.

Quanto á FIR, há actos sob efeito de certas crenças condenáveis não concretamente a creça mas a justiça pelas próprias mãos.

abraços mano.

Anônimo disse...

caro joaquim chacate, passa algum tempo desde que publicou esta postagem, mas gostaria de lhe fazer algumas sugestões sobre o debate de ideias. como é participante assíduo em vários debates pode ser que estas sugestões o ajudem de alguma forma ou outra. sobre o conteúdo do seu texto não vou tecer nenhum comentário, pois acho que a sua discussão com o reflectindo esgotou o assunto.
o debate de ideias, em minha opinião, precisa de satisfazer uma condição essencial: a compreensão do que os outros dizem. sem compreender o que os outros dizem é difícil discutir seja o que for. achei a intervenção do reflectindo agradável e útil porque ele percebeu o que eu escrevi nos textos em questão. o facto de ele também concordar comigo é secundário, ainda que gostoso do ponto de vista da minha vaidade individual. o essencial, porém, e repito, é ele ter percebido o que eu queria dizer e ter-se limitado a comentar isso.
é verdade que nem sempre os autores de textos são capazes de escrever aquilo que querem dizer. concorrem para isso várias razões, uma das quais é o domínio da língua e a outra o domínio da matéria. quando me encontro perante um texto pouco claro, procuro melhorá-lo com os meus próprios recursos de modo a criticar um argumento claro e bem formulado. se não tenho a certeza de ter percebido o texto, ou ter conseguido melhorá-lo, desisto ou peço esclarecimento. a última coisa que faria seria criticar sem conhecimento de causa. mais uma vez, o reflectindo comentou e assumiu posição em relação a um texto que ele percebeu. a partir daí levantou questões interessantes sobre o significado da laicidade do estado, por exemplo, fazendo, portanto, o que o debate de ideias devia fazer: esclarecer assuntos e criar condições para que a gente veja a complexidade das coisas. ele está de parabéns.
o joaquim chacate, infelizmente, não está de parabéns pelo texto e pelos comentários que produziu. o joaquim chacate não percebeu o meu texto e ao invés de tentar fazer isso, fez aquilo que vicia o ambiente do debate no nosso país com insinuações despropositadas sobre as motivações e atitude intelectual do autor do texto que interpela.
embora esteja afastado dos blogues, leio-os sempre que posso. há, aqui e acolá, discussões interessantes com excelentes intervenções (ao estilo da intervenção do reflectindo nesta discussão aqui) que dão conta do lugar de destaque que as pessoas dão ao debate de ideias. de vez em quando vejo também intervenções pouco constructivas que denotam na sua maioria pouco interesse pelas ideias. algumas vezes, como no caso da sua postagem, eu sou o alvo dessas intervenções. na maior parte dos caso prefiro não intervir. no seu caso, contudo, e porque o vejo a participar em várias discussões, abro uma excepção para chamar a sua atenção à necessidade de observar este princípio básico do debate de ideias: é preciso perceber o que os outros querem dizer.
pode ser que esta chamada de atenção não lhe diga nada, nem lhe interesse. pode preferir fazer como tantos outros que preferem os frutos do arrojo mal-informado à dor de aprender. espero, porém, que outros leitores do seu blogue tomem esta advertência a peito para o bem do debate de ideias no nosso país, independentemente de onde cada um de nós prefere viver e de suas preferências políticas.
cumprimentos
elísio macamo

Anônimo disse...

caro joaquim chacate, passa algum tempo desde que publicou esta postagem, mas gostaria de lhe fazer algumas sugestões sobre o debate de ideias. como é participante assíduo em vários debates pode ser que estas sugestões o ajudem de alguma forma ou outra. sobre o conteúdo do seu texto não vou tecer nenhum comentário, pois acho que a sua discussão com o reflectindo esgotou o assunto.
o debate de ideias, em minha opinião, precisa de satisfazer uma condição essencial: a compreensão do que os outros dizem. sem compreender o que os outros dizem é difícil discutir seja o que for. achei a intervenção do reflectindo agradável e útil porque ele percebeu o que eu escrevi nos textos em questão. o facto de ele também concordar comigo é secundário, ainda que gostoso do ponto de vista da minha vaidade individual. o essencial, porém, e repito, é ele ter percebido o que eu queria dizer e ter-se limitado a comentar isso.
é verdade que nem sempre os autores de textos são capazes de escrever aquilo que querem dizer. concorrem para isso várias razões, uma das quais é o domínio da língua e a outra o domínio da matéria. quando me encontro perante um texto pouco claro, procuro melhorá-lo com os meus próprios recursos de modo a criticar um argumento claro e bem formulado. se não tenho a certeza de ter percebido o texto, ou ter conseguido melhorá-lo, desisto ou peço esclarecimento. a última coisa que faria seria criticar sem conhecimento de causa. mais uma vez, o reflectindo comentou e assumiu posição em relação a um texto que ele percebeu. a partir daí levantou questões interessantes sobre o significado da laicidade do estado, por exemplo, fazendo, portanto, o que o debate de ideias devia fazer: esclarecer assuntos e criar condições para que a gente veja a complexidade das coisas. ele está de parabéns.
o joaquim chacate, infelizmente, não está de parabéns pelo texto e pelos comentários que produziu. o joaquim chacate não percebeu o meu texto e ao invés de tentar fazer isso, fez aquilo que vicia o ambiente do debate no nosso país com insinuações despropositadas sobre as motivações e atitude intelectual do autor do texto que interpela.
embora esteja afastado dos blogues, leio-os sempre que posso. há, aqui e acolá, discussões interessantes com excelentes intervenções (ao estilo da intervenção do reflectindo nesta discussão aqui) que dão conta do lugar de destaque que as pessoas dão ao debate de ideias. de vez em quando vejo também intervenções pouco constructivas que denotam na sua maioria pouco interesse pelas ideias. algumas vezes, como no caso da sua postagem, eu sou o alvo dessas intervenções. na maior parte dos caso prefiro não intervir. no seu caso, contudo, e porque o vejo a participar em várias discussões abro uma excepção para chamar a sua atenção à necessidade de observar este princípio básico do debate de ideias: é preciso perceber o que os outros querem dizer. pode ser que esta chamada de atenção não lhe diga nada, nem lhe interesse. pode preferir fazer como tantos outros que preferem os frutos do arrojo mal-informado à dor de aprender. espero, porém, que outros leitores do seu blogue tomem esta advertência a peito para o bem do debate de ideias no nosso país, independentemente de onde cada um de nós prefere viver.
cumprimentos
elísio macamo

Anônimo disse...

caro joaquim chacate, passa algum tempo desde que publicou esta postagem, mas gostaria de lhe fazer algumas sugestões sobre o debate de ideias. como é participante assíduo em vários debates pode ser que estas sugestões o ajudem de alguma forma ou outra. sobre o conteúdo do seu texto não vou tecer nenhum comentário, pois acho que a sua discussão com o reflectindo esgotou o assunto.
o debate de ideias, em minha opinião, precisa de satisfazer uma condição essencial: a compreensão do que os outros dizem. sem compreender o que os outros dizem é difícil discutir seja o que for. achei a intervenção do reflectindo agradável e útil porque ele percebeu o que eu escrevi nos textos em questão. o facto de ele também concordar comigo é secundário, ainda que gostoso do ponto de vista da minha vaidade individual. o essencial, porém, e repito, é ele ter percebido o que eu queria dizer e ter-se limitado a comentar isso.
é verdade que nem sempre os autores de textos são capazes de escrever aquilo que querem dizer. concorrem para isso várias razões, uma das quais é o domínio da língua e a outra o domínio da matéria. quando me encontro perante um texto pouco claro, procuro melhorá-lo com os meus próprios recursos de modo a criticar um argumento claro e bem formulado. se não tenho a certeza de ter percebido o texto, ou ter conseguido melhorá-lo, desisto ou peço esclarecimento. a última coisa que faria seria criticar sem conhecimento de causa. mais uma vez, o reflectindo comentou e assumiu posição em relação a um texto que ele percebeu. a partir daí levantou questões interessantes sobre o significado da laicidade do estado, por exemplo, fazendo, portanto, o que o debate de ideias devia fazer: esclarecer assuntos e criar condições para que a gente veja a complexidade das coisas. ele está de parabéns.
o joaquim chacate, infelizmente, não está de parabéns pelo texto e pelos comentários que produziu. o joaquim chacate não percebeu o meu texto e ao invés de tentar fazer isso, fez aquilo que vicia o ambiente do debate no nosso país com insinuações despropositadas sobre as motivações e atitude intelectual do autor do texto que interpela.
embora esteja afastado dos blogues, leio-os sempre que posso. há, aqui e acolá, discussões interessantes com excelentes intervenções (ao estilo da intervenção do reflectindo nesta discussão aqui) que dão conta do lugar de destaque que as pessoas dão ao debate de ideias. de vez em quando vejo também intervenções pouco constructivas que denotam na sua maioria pouco interesse pelas ideias. algumas vezes, como no caso da sua postagem, eu sou o alvo dessas intervenções. na maior parte dos caso prefiro não intervir. no seu caso, contudo, e porque o vejo a participar em várias discussões abro uma excepção para chamar a sua atenção à necessidade de observar este princípio básico do debate de ideias: é preciso perceber o que os outros querem dizer. pode ser que esta chamada de atenção não lhe diga nada, nem lhe interesse. pode preferir fazer como tantos outros que preferem os frutos do arrojo mal-informado à dor de aprender. espero, porém, que outros leitores do seu blogue tomem esta advertência a peito para o bem do debate de ideias no nosso país, independentemente de onde cada um de nós prefere viver.
cumprimentos
elísio macamo